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Desafio da engenharia: Roma faz estação de metrô debaixo do Coliseu e cria museu subterrâneo com objetos achados na obra

Artefatos da Roma Antiga do século II a.C. em exibição na nova estação de metrô Coliseu, em Roma Alessandra Tarantino/AP Photo A cidade de Roma inaugurou ...

Desafio da engenharia: Roma faz estação de metrô debaixo do Coliseu e cria museu subterrâneo com objetos achados na obra
Desafio da engenharia: Roma faz estação de metrô debaixo do Coliseu e cria museu subterrâneo com objetos achados na obra (Foto: Reprodução)

Artefatos da Roma Antiga do século II a.C. em exibição na nova estação de metrô Coliseu, em Roma Alessandra Tarantino/AP Photo A cidade de Roma inaugurou duas estações de metrô na terça-feira (16) — uma delas nas profundezas do Coliseu — que combinam a modernidade do transporte público com artefatos da Antiguidade. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Passageiros que entram na estação, praticamente abaixo do icônico anfiteatro, podem ver expostos vasos e pratos de cerâmica, poços de pedra e baldes suspensos, bem como as ruínas de uma piscina de água fria e um banho termal de uma habitação do século I. Telões mostram o processo de escavação — que servem tanto para entreter os entusiastas da arqueologia quanto para justificar a demora na inauguração da estação. A linha C do metrô, que custou bilhões de euros, está em construção há duas décadas, mas sofreu atrasos devido à burocracia, à falta de financiamento e, principalmente, às escavações arqueológicas necessárias, considerando as ruínas da Roma imperial e medieval que jazem no subterrâneo da cidade atual. Veja os vídeos que estão em alta no g1 “O desafio era construir a linha sob um lençol freático tão grande e, ao mesmo tempo, preservar todos os achados arqueológicos encontrados durante as escavações, além de preservar tudo o que está acima”, disse Marco Cervone, gerente de construção do consórcio responsável pela linha de metrô. O custo total das 31 estações da linha — das quais três quartos já estão em operação — chegará a cerca de 7 bilhões de euros (R$ 45 bilhões) e a conclusão está prevista para 2035, segundo a assessoria de imprensa da empresa municipal contratada para as obras. Artefatos da Roma Antiga do século II a.C. em exibição na nova estação de metrô Coliseu, em Roma Alessandra Tarantino/AP Photo Roma inaugurou na terça-feira mais uma estação, a Porta Metronia, localizada a uma parada da estação ao lado do Coliseu e também a uma profundidade de 30 metros. A escavação inclui um quartel militar de quase 80 metros de comprimento, datado do início do século II, encontrado a uma profundidade entre 7 e 12 metros, segundo Simona Moretta, diretora científica da escavação. “A certeza de que se tratava de um edifício militar reside no fato de as entradas dos cômodos não estarem frente a frente, mas sim deslocadas, permitindo que os soldados saíssem e se alinhassem sem se encontrar no corredor”, explicou a arqueóloga aos jornalistas. Os soldados provavelmente faziam parte da guarda imperial ou estavam ali estacionados para a segurança da cidade, acrescentou. Há também uma casa com afrescos e mosaicos bem preservados. Um museu dentro da estação será inaugurado futuramente, afirmou Moretta. Artefatos da Roma Antiga do século II a.C. em exibição na nova estação de metrô Coliseu, em Roma Alessandra Tarantino/AP Photo Três milênios de civilizações Escavar perto do centro de Roma significa entrar em contato com três milênios de civilizações construídas umas sobre as outras. Até o momento, o consórcio responsável pela construção da Linha C encontrou mais de 500 mil artefatos, segundo a construtora WeBuild. Para trabalhar na delicada área arqueológica, a empresa empregou técnicas como o congelamento do solo para estabilizá-lo, além dos chamados diafragmas sacrificiais — paredes de concreto construídas perpendicularmente às paredes perimetrais e demolidas à medida que a escavação avança. Artefatos da Roma Antiga do século II a.C. em exibição na nova estação de metrô Coliseu, em Roma Alessandra Tarantino/AP Photo Conforme a linha de metrô avança, passando pelo Coliseu, ela seguirá por baixo de outros importantes patrimônios culturais do mundo — a Coluna de Trajano e a Basílica de Maxêncio, o maior edifício do Fórum Romano —, bem como de alguns dos mais valiosos palácios renascentistas de Roma, igrejas e do Vaticano. A próxima parada da linha é a Piazza Venezia, o verdadeiro coração do centro de Roma. Os vagões do metrô chegarão a uma profundidade de 48 metro quando a linha for inaugurada, em 2033, afirmou Cervone. Quando concluída, a Linha C terá um total de 29 km, dos quais 20 km serão subterrâneos, e transportará até 800 mil passageiros por dia. Os turistas que planejam visitar o Coliseu e outros locais no centro histórico de Roma poderão evitar o trânsito notoriamente congestionado da cidade eterna — que piorou ainda mais nos últimos anos devido às próprias obras do metrô. Artefatos da Roma Antiga do século II a.C. em exibição na nova estação de metrô Coliseu, em Roma Alessandra Tarantino/AP Photo Artefatos da Roma Antiga do século II a.C. em exibição na nova estação de metrô Coliseu, em Roma Alessandra Tarantino/AP Photo